De tempos em tempos caio totalmente de amor por discos que são basicamente um monte de Sol, Ré e Dó tocados por alguém de chapéu contando uma historia sobre o dia que o gato da vizinha ficou preso em uma árvore, um bombeiro veio salvar e foi ali que conheceu o amor de sua vida, que obviamente já era casado. Tudo começou nos anos 2000 quando o serviço de ADSL chegou aos lares, as rádios online mudaram a forma como descobríamos música e um belo dia cheguei na sessão country alternativo da ACCU Radio.
A rádio fundada em Chicago nos anos 2000 ainda existe, tem um app gratuito de streaming e até ampliou sua coleção, incluiu até uma sessão de música brasileira. Hoje é moleza achar os discos nos serviços de streaming, mas há 20 anos era praticamente impossível e a ACCU informava o ano, o álbum, os compositores.
Meu gosto musical foi moldado basicamente pela curadoria da rádio e aprendi muito sobre country folk dos anos 70 na sessão de country tradicional, sabe esses discos de cantores de cabelo esquisito que ninguém dá nada nas lojas de discos? eu amo. Também existe um programa dentro da sessão de Folk que só toca Bob Dylan e covers de Dylan sem parar. Mas é a sessão de country choroso que balança meu coração, sempre encontro algum artista obscuro que merecia ter mais sorte na vida que acaba virando minha obsessão por uns dias. Existe uma sessão dedicada ao cultuado selo Bloodshot Records, que ao lado da Lost Highway Records promoveram um revival do country misturado com rock alternativo nos anos 90. Repare que a capa da sessão dedicada ao country alternativo dos anos 90 é um álbum do Uncle Tupelo e se você conhece a banda saiba que esse site existe pra você ser feliz ouvindo música triste.