Thelonious Monk, "Underground"
Na arte o tempo não é linear, você pode estar vivendo em 2025 e seu disco do ano ter sido lançado em 1968.
Outro dia vi um tiozinho falando que o colecionador não sabe muito bem a diferença entre coleção e acervo. Coleção tem de ter uma linha de pensamento, uma temática, um padrão que se segue, seleciona e resulta em algo, pode ser uma coleção baseada no gosto pessoal, em uma autobiografia de como seu gosto por música foi evoluindo. Acervo é o resultado de coisas que foram sendo adquiridas pelo caminho sem que houvesse uma necessidade imediata, em outras palavras é acumular. Você pode comprar uma coisa e deixar guardada por anos, décadas até o dia que essa coisa ressurge e se torna companheiro de todas as horas sem que você perceba.
Piano – Thelonious Monk
Baixo – Larry Gales
Drums – Ben Riley
Sax Tenor – Charlie Rouse
Produção – Teo Macero
Design da Capa – John Berg e Dick Mantel
Fotografia: Steve Horn e Norm Griner
A capa de ”underground” é mais famosa que a obra contida nele. Retrata Monk como membro da Resistencia Francesa na 2ª Guerra Mundial. A ironia é que o artista foi dispensado do alistamento para a guerra por ser “mentalmente instável”.
John Berg, designer da Columbia Records, ganhou um Grammy em 1968 por esta capa. Sempre que perguntavam sobre o processo ele dizia que naquela época não havia Photoshop nem limitações financeiras, o cenário foi totalmente construído para a fotografia.